sexta-feira, 28 de março de 2008

encosta-te a mim

jorge palma
Música tem seus mistérios, não sabemos porque escutamos. Achamos que é por causa do cantor, mas imagine um cantor que canta como um bêbado e mesmo assim a música dele é uma das mais tocadas. Imagine a letra, uma das mais bonitas canções de amor que eu escutei nos últimos meses. Misture à campanha massiva das rádios: "yes, o hit to momento está feito". O cantor, o português Jorge Palma, a música Encosta-te a Mim. Para português ouvir e, brasileiro conhecer.

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domingo, 23 de março de 2008

o espírito pascoal e o folar

200567281-001
A Páscoa como o Natal tem seu espírito também sabotado, neste caso pelo tal do coelhinho da Páscoa. E se no Brasil a festa religiosa era sempre introduzida pela minh católica mãezinha, sem ela parece mais uma esbórnia de chocolate, mas sem o chocolate que a gente vê nos tetos das lojas no Brasil. Aqui eu tenho que comer amendoazinhas, nada mal... Mas o que sinto mesmo falta é dos sermões maternais da nossa (minha e de minha irmã) falta de religiosidade e o almoço de Sexta-Feira Santa com peixe e da Páscoa com coisinhas boas e no fim bombons para se fartar... Ah, que falta de me comer até fartar... Então a sexta-feira foi passada numa almoço a correr para ir trabalhar porque o mundo não pode viver um feriado sem comprar (a esbórnia do consumismo) e eu a vender. E a Páscoa só não será o mesmo porque calhou d'eu ganhar a Páscoa. Pelo menos uma coisa boa... Mas o que eu queria era que o Seu Coelho da Páscoa me trouxesse um ovo nº 20 podia ser até Serenata de Amor. Pronto, um pacotinho de amêndoas é até gostoso, mas não consigo me fartar... Resta o Folar, ah.. o folar, aquele pão com canela e erva-doce... hummm...

Receita de Folar

500 g farinha
100 g margarina
35 g fermento de padeiro
125 g açúcar
3 ovos
2 dl Leite Morno
q.b. sal
q.b. canela
q.b. erva doce
4 ovo(s) cozido(s)

1. Dissolva o fermento num pouco de leite morno e junte alguma farinha. Faça uma bola bem húmida e deixe levedar 20 minutos.


2. Amasse a restante farinha com o açúcar, o leite e os ovos e junte a bola de fermento.
Bata bem. Acrescente a manteiga, o sal e as especiarias. Bata até a massa se soltar da tigela. Deixe levedar numa tigela tapada com 1 cobertor, em local protegido e ameno, durante + ou - 3 horas.

3. Faça então uma bola ligeiramente abolachada, onde coloca os ovos previamente cozidos e frios. Com um pouco de massa faça uns cordões que coloca a rodear os ovos. Pincele com gema de ovo, deixe levedar mais 1 pouco e leve a forno quente (200ºC) até ficar bem corado e cozido.

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quarta-feira, 19 de março de 2008

o berço do rio destruído, o morro do castelo*

morro do castelo
*O Morro do Castelo foi um acidente geográfico que existiu na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Como um acidente geográfico pode deixar de existir? Assim foi feito no início do século XX. O Morro do Castelo, considerado o berço do Rio, foi destruído. Hoje só existe em maquetes e fotos antigas.

A história do Morro do Castelo começa no século 16, quando a cidade se mudou do Morro Cara de Cão. A mudança ocorreu em 1567, dois anos depois da sua fundação, quando os 120 portugueses, comandados por Mem de Sá, derrotaram os franceses, comandados por Nicolau Durand de Villegaignon. Como o Morro Cara de Cão era pequeno, a mudança foi necessária. O Morro do Castelo foi escolhido por razões de segurança. Os portugueses tinham o costume de construir vilarejos em pontos elevados e o Morro do Castelo era uma das quatro colinas existentes no Centro do Rio. Do Castelo tinha-se uma visão privilegiada de boa parte da Baía de Guanabara, o que facilitava a defesa. Além disso, era cercado por lagoas e manguezais, que dificultavam um ataque. Os índios Tamoios, pouco dóceis e inimigos naturais dos portugueses, tinham medo das colinas, pois as associavam a coisas demoníacas. Finalmente, a inclinação do morro favorecia o escoamento dos detritos. Naquela época, como atualmente em algumas favelas, jogava-se lixo na rua e a chuva tratava de levá-lo encosta abaixo.

Assim nasceu a cidade, com cerca de 600 pessoas, entre elas os fundadores que vieram com Estácio e Mem de Sá, jesuítas, índios catequizados, alguns franceses e umas poucas mulheres. Esses pioneiros ocupavam os 184 mil metros quadrados da colina, com limites nas atuais Rua São José, Santa Luzia, México e Largo da Misericórdia.

De início, logo no primeiro ano de ocupação, o morro ganhou suas primeiras construções. Em 1567 foi erguido o Forte de São Januário, rebatizado mais tarde de São Sebastião. Ficava na parte posterior do morro e foi feito, como as demais construções, de pedra e óleo de baleia. As paredes internas tinham um metro de espessura e sua aparência era a de um castelo, daí o nome do lugar. Meses antes o Morro do Castelo chegou a ser chamado de "Morro do Descanço".

Em seguida foi construída a Igreja de São Sebastião, o primeiro templo do Rio, que se assemelhava a uma fortaleza. Tinha duas torres sineiras, usadas na vigilância da costa.

No Morro do Castelo foram construídos o primeiro sobrado da cidade, a Casa de Câmara e a Cadeia. A Igreja e o Colégio dos Jesuítas exerceram intensa atividade no Castelo até a expulsão dos padres desta Ordem pelo Marquês de Pombal, em 1759. Com a saída dos religiosos o colégio virou Palácio São Sebastião, depois hospital militar e, em 1877, hospital infantil São Zacarias.

As dificuldades do dia-a-dia não compensavam a segurança do isolamento. Assim, a nobreza carioca do século 16 desceu a ladeira, a Ladeira da Misericórdia, que era o único acesso ao Morro no início da sua ocupação. Da Rua da Misericórdia, a mais antiga do Rio, sobrou apenas uma via sem saída, com 40 metros e calçamento pé-de-moleque do século 17, no Largo da Misericórdia, que poucos cariocas reverenciam em meio ao corre-corre e a agitação do Centro.

Foi pela Ladeira da Misericórdia que a elite desceu os 64 metros do Morro do Castelo e seguiu em direção à várzea, a partir de 1570. Apenas o pessoal menos favorecido, principalmente pescadores, permaneceu no alto do morro, pois não foi contemplado com a distribuição de sesmarias, terras doadas pelo governador-geral, em nome da Coroa Portuguesa.

antigo morro
Com a mudança, veio a decadência e o local ficou marginalizado, evitado pelos cariocas. Com as obras que mudaram o centro da cidade no início do século passado, muitas famílias desalojadas encontraram abrigo no Morro do Castelo. Mas isso só duraria até 1922, quando o Prefeito do Distrito Federal, engenheiro Carlos Sampaio, decretou o fim do morro. Foram muitas as justificativas, entre elas a falta de espaço para abrigar a exposição comemorativa do centenário da Independência. Diziam, também, que o Morro do Castelo prejudicava a ventilação da área central da cidade. Assim, com jatos d'água, motores elétricos e máquinas a vapor, acabaram com o berço da cidade.

Mesmo tendo o Rio um milhão e duzentos mil habitantes coube a um paulista, Monteiro Lobato, reagir contra a obra. Foram demolidos 300 imóveis e retirados 66 mil metros cúbicos de terra. A população foi removida para os subúrbios e os principais objetos de valor, como o marco inaugural da cidade, pinturas e esculturas do século 17, transferidos para vários pontos da cidade. No Colégio Santo Inácio estão as imagens do Cristo Crucificado, de João Evangelista e da Virgem Maria, além da Porta Principal da antiga Igreja dos Jesuítas. Na Igreja dos Capuchinhos estão o Marco Inaugural e túmulo de Estácio de Sá.

A terra retirada do Castelo foi usada para aterrar parte da Urca, Lagoa Rodrigo de Freitas, Jardim Botânico, área do Jóquei Clube, e muitas áreas da baía de Guanabara. Vale lembrar que a Rua Santa Luzia, onde estão a Igreja de Santa Luzia e a Santa Casa de Misericórdia, ficava junto ao mar.

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segunda-feira, 10 de março de 2008

o museu histórico nacional no calabouço antigo

ponta do calabouço
Caminhando da Rio Branco até o fim da rua Santa Luzia, encontramos o ponto da cidade conhecido no passado como Ponta do Calabouço. A ponta do Calabouço avançava entre as praias de Santa Luzia e Piaçava. Por ter sido considerada uma área estratégica para a defesa da cidade, foi construída em 1567 a Batalha de Santiago por ordem de Mem de Sá. A construção foi ampliada em 1603 para se tornar o Forte de Santiago.

A região passou a ser conhecida pelo nome Ponta do Calabouço a partir de 1693 quando o Forte veio servir também de calabouço, prisão para castigar escravos, por ordem do Vice-Rei D. Luis de Vasconcelos em comprimento a duas cartas régias de março de 1688.

Em 1762, o Conde de Bobadela manda construir a Casa do Trem, destinada à guarda dos armamentos, ao lado do Forte de Santiago. Quando o Rio de Janeiro se transforma em capital do Brasil, foi construído, em 1764, junto à Casa do Trem, o Arsenal de Guerra, destinado ao reparo de armas e fabricação munições.

Nesta área, em agosto de 1922, por decreto do Presidente Epitácio Pessoa, foi criada o Museu Histórico Nacional que utilizou duas salas da Casa do Trem para a exposição em comemoração do Centenário da Independência, neste mesmo ano. Ao longo do tempo, o museu ocupou gradativamente todo o conjunto arquitetônico da Ponta do Calabouço.

O Museu Histórico Nacional abrigou o primeiro curso de museologia do país e serviu, também, como ponto de partida para a constituição de importantes museus brasileiros, passando a ser conhecido internacionalmente na década de 40.

o MHNO Museu Histórico Nacional (MHN) é um dos mais importantes museus do Brasil, reunindo um acervo de mais de 287.000 itens, entre os quais a maior coleção de numismática da América Latina.

Nesta foto de 1983, vista parcial do conjunto do Museu, a antiga Ponta do Calabouço, destacando-se a Casa do Trem. A restauração da década de 70 procurou devolver os traços originais das edificações, eliminando os elementos neo-coloniais e voltando à cor branca.

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quinta-feira, 6 de março de 2008

a igreja de santa luzia

santa luzia no inicio do sec xx
Nos meus muitos passeios a "O Meu Rio", sempre fiquei curiosa em ver como era a Igreja de Santa Luzia. Não que seja religiosa, mas além de achar arquitetura de igreja muito bonita, eu sempre fico me imaginando o que as pessoas faziam em tal igreja, quem freqüentava. No Centro do Rio há milhares de igreja, mas até a semana passada eu nunca tinha entrado na pequena igreja de Santa Luzia.

Localizada na rua Santa Luzia, que recebeu este nome por causa da igreja. Construída antes de 1592, ela foi um das primeiras igrejas erguida na cidade. Ficou destruída pelos anos, mas foi reconstruída em 1752 com apenas um só torre. Cento e vinte anos depois, foi remodelada segundo projeto do Mestre Antônio de Pádua e Castro, quando se acrescentou a torre sineira.

Atualmente ela está pintada de branco com alguns pontos de desenhos em dourado. No altar, a Santa é rodeada de lâmpadas fluorescentes para economizar energia. E ao redor da pequenina igreja muitas imagens de diferentes santos espremidos entre os bancos e os fiéis.

Ao longo destes anos a igreja de Santa Luzia continuou ali, testemunhando os acontecimentos ao redor, como o arrasamento do Morro do Castelo para a construção da moderna avenida Presidente Antônio Carlos, o desaparecimento do mar frente a ela, e o derrubamento das casas menores para a construção de moderníssimos prédios que nos impossibilita de ver o céu.

Na foto acima, tirada do lugar onde hoje fica a Cinelândia, vemos a Igreja de Santa Luzia de perfil. Em frente a ela apenas a praia (e não a atual avenida Presidente Antônio Carlos, e atrás da igreja, onde hoje fica a continuação da Avenida, está a aba do Morro do Castelo. Alguém diria que este lugar bucólico já foi o Rio de Janeiro?

VALE A PENA SABER: A igreja de Santa Luzia foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas está arrecadando dinheiro para uma reforma. Quem estiver interessado em contribuir é só passar pela igreja que fica na rua Santa Luzia, 190. Mesmo não sendo religioso, vale a pena conservar um patrimônio carioca como esse.

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terça-feira, 4 de março de 2008

o meu rio


Quando se fala de Rio de Janeiro a maioria das pessoas tem como imagem as praias da Zona Sul onde ficam, por exemplo, os bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon. Porém, o Centro tem lugares inesquecíveis que guardam a história da cidade. Aproveitando a comemoração da chegada da Família Portuguesa ao Brasil apresentarei dentro deste mês alguns lugares do Rio de Janeiro antigo, começando com os arredores da Santa Luzia.

A cidade do Rio de Janeiro propriamente dita nasceu em 1º de março de 1565 na Urca, mas se mudou para o Morro do Castelo anos depois para se proteger melhor de ataques. Um habitante de qualquer outra cidade poderia chegar ao Rio e perguntar a qualquer carioca onde fica o Morro do Castelo no Centro e, a probabilidade de receber um não sei como resposta é muito grande, outros poderiam até dizer que o visitante estaria enganado e que não existe o tal morro. Não que o carioca não conheça sua cidade, mas o tal morro hoje só existe mesmo em fotos antigas, assim como a praia da Santa Luzia que ficava em frente a Santa Casa de Misericórdia e da Igreja de Santa Luzia. Como um pode uma praia e um morro deixarem de existir? O morro foi desmontado entre 1921 e 1922, servindo de aterro para o que hoje conhecemos como o Aeroporto Santos Dumont e arredores, e a praia de Santa Luzia não existe mais, pelo mesmo motivo, o tal aterro. Assim, a cidade foi mudando e ganhou com este aterro mais 700 000m2.

Repare na foto acima o mapa da cidade antes do aterro. Comparem com a foto abaixo. Reparem que a Ilha de Villegaignon está bem próxima a terra, o aeroporto Santos Dumont. A área assinalada como morro do Castelo, na verdade é o largo do Castelo, e a ponta do Calabouço não existe mais. A área manchada, como a do aeroporto, foi os aterros feitos na cidade.


Na Santa Luzia fica a Santa Casa de Misericódia do Rio de Janeiro que foi fundada pelo Padre Anchieta em 1553. Lá o então Rei Dom João VI se tratou durante sua estadia na cidade no século XIX. Outra coisa curiosa é que o local ficava em frente a então praia de Santa Luzia. Hoje, em frente a Santa Casa, fica um quarteirão enorme com prédios e, principalmente, alguns consulados como o português e o francês. Nesta imagem feita por volta de 1858 por Victor Frond podemos ver todo o percurso da rua Santa Luzia com a igreja de Santa Luzia no canto à esquerda, o prédio enorme da Santa Casa no meio e no fundo o Morro do Castelo.
santa casa

Próximo post sobre o Rio Antigo: A Igreja de Santa Luzia

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segunda-feira, 3 de março de 2008

o rio antigo no mundafora



Durante muitos anos fiz diversos passeios pelo Centro do Rio, inclusive trabalhei por lá. Com olhos no alto para admirar muito prédios antigos e com olhos nos livros para saber desde quando existiam, me surpreendi muitas vezes. Durante o mês de março, aproveitando as Comemorações dos 200 anos da Chegada da Família Real Portuguesa, vou mostrar onde está escondido o rio antigo no rio moderno.

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domingo, 2 de março de 2008

o mundo cruel

no country for old men
Como falar do filme "No country for old men" (prefiro o nome original) sem entrar em todos aqueles lugares comuns que já se falou sobre ele? Sim, o filme é bom, seco, cru, excelente (e eu reconheço mesmo não gostando deste tipo de filme). O Bardem está sensacional e nós adoramos o bandido impiedoso. Falar? Talvez seja melhor ficar calada.

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