Na imprensa portuguesa tanto quanto na brasileira de vez em quando surge um assunto que não se deixa de falar. O atual caso que tem mexido com a sensibilidade dos portugueses é a história de justiça ou injustiça contra um pai ado(p)tivo. A mãe biológica brasileira conhece um cara português, fica grávida e ele não quer saber da criança. A mãe a registra como pai icógnito e depois de 3 meses sem condições para criá-la dá a menina para ado(p)ção a um casal português. Depois de alguns anos o pai entra com processo pela guarda da criança reclamando a inde(m)nização por perdas e danos morais e materiais e a guarda da filha. Os pais ado(p)tivos não são ouvidos, mas o juiz diz que o pai biológico que não participou da vida desta criança tem direito a ficar com ela e que o casal deve entregá-la. O pai, militar, se recusa, leva sua esposa e filha para outro lugar e acaba preso e condenado por sequestro - seis anos de prisão - já que se recusa a entregar a criança. De repente, um caso familiar surge com força tal que mobiliza aos poucos uma sociedade inteira, a maioria em apoio ao pai ado(p)tivo e contra a prisão deste.
Portugal é um país onde 16 mil jovens estão em institições para serem ado(p)tados. Aqui, como no Brasil, muitos deles acabam por não conseguirem uma família. Outra coisa muito comum, também como no brasil, são os casos de maltratos a crianças. Pelo menos dois deles foram notícias nos últimos seis meses no país. As histórias pareciam a mesma, pais ou mãe que batiam, violavam crianças de menos de dois anos. Crianças que chegaram a ter cuidados de instituições que acabaram demorando de mais a responder ao que se passava. Resultado ou a morte ou consequências graves para estas crianças.
Num país, onde um homem é acusado e preso por não querer entregar a filha ao suposto pai como a justiça manda e apenas mais um problema a ser colocado no caminho de quem quer ado(p)tar uma criança. Para além disso, o que me chamou a atenção foi a forma como a sociedade civil se tem organizado em solidariedade a este pai adoptivo, sinal de que, como nós brasileiros, quando há injustiça na Justiça então entra o povo para remediar o fa(c)to.
Para ler mais sobre o assunto:
opinião: o interesse da menor
condenado a seis anos de prisão
justiça
deixe sua opinião
Read more...