imigração, preconceito e gato fedorento
Tudo começou com o cartaz xenófobo do Partido Nacional Renovador (PNR), de extrema-direita.
O cartaz do PNR, colocado quarta-feira no Marquês de Pombal, em Lisboa, e que mereceu a condenação geral dos partidos políticos no Parlamento e do Governo, tem uma fotografia do líder do partido, José Pinto Coelho, acompanhada do seguinte 'slogan': "Basta de imigração. Nacionalismo é a solução".
Ao lado da fotografia de José Pinto Coelho está ainda uma imagem mais pequena de um avião, com a frase "façam boa viagem" inscrita ao lado. Em rodapé, lê-se ainda a frase "Portugal aos Portugueses".
Então os Gatos Fedorentos contra-atacaram com um cartaz cheio de humor.
A Câmara de Lisboa vai mandar retirar um cartaz do grupo humorístico Gato Fedorento colocado "ilegalmente" esta noite no Marquês de Pombal, que satiriza outro cartaz contra a imigração colocado pelo Partido Nacional Renovador (PNR).
Segundo uma nota do gabinete do vereador dos Espaços Públicos, António Proa, o cartaz dos Gato Fedorento, colocado ao lado do do PNR, "não possui licença camarária". Caso a notificação para a retirada do cartaz não seja cumprida, a autarquia vai "proceder à sua remoção coerciva", que terá que ser paga pelo infractor.
Onde o PNR defende que "Basta de Imigração", com a imagem de um avião a descolar e a mensagem "Façam boa Viagem", os humoristas do Gato Fedorento contrapõem "Mais Imigração!", com a imagem de um jacto a aterrar acompanhado da legenda "Bem vindos!".
A sátira à mensagem do PNR estende-se a outras frases que os Gato Fedorento colocaram no cartaz: "a melhor maneira de chatear estrangeiros é obrigá-los a viver em Portugal" e "Nacionalismo é parvoíce".
As caras dos quatro humoristas surgem caracterizadas à semelhança do presidente do PNR, José Pinto Coelho, com bigode e pêra, e reproduzindo a sua expressão facial no cartaz que na semana passada originou polémica pela mensagem contra a imigração e que foi vandalizado no dia a seguir a ser colocado.
A nota da autarquia refere que em relação ao cartaz do PNR, cujas mensagens ficaram praticamente ilegíveis depois do vandalismo, "não tem capacidade legal" para o remover, ressalvando que "a lei confere total liberdade" às forças políticas e que a autarquia não pode agir "mesmo quando a razoabilidade e o bom senso assim o pareçam exigir".
Fonte:
Jornal de Notícias
Expresso
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