segunda-feira, 2 de junho de 2008

"and crash the cemetery gates"



Os cemitérios têm perdido seu inegável negativismo para ser um espaço para admirar a arte das suas esculturas, conhecer a história e descobrir a beleza dos seus espaços, aliadas às ilustres personalidades intramuros e as preciosidades arquitectónicas. Em Paris, três cemitérios que estão entre os mais famosos do mundo: o Père-Lachaise, o Montparnasse e Montmartre. No primeiro, podemos encontrar, espiritualmente, Marcel Proust, Maria Callas, Jim Morrison, Balzac, Oscar Wilde e o próprio Allan Kardec. Já Baudelaire, Trauffaut, Simone de Bouvoir e Sartre, preferiram a quietude do Montaparnasse.

Agora, um monumento que visitávamos pela sua complexa arquitetura feita nos antigos tempo, não é nada mais que um cemitério. O Stonehenge, um monumento megalítico da Idade do Bronze, "foi utilizado como cemitério desde a sua construção até ao seu abandono final, por volta de meados do terceiro milénio a.C.. Os restos de cremações da época em que Stonehenge foi construído são apenas parte do que foi encontrado e pertenceriam a este período tardio demonstrando que este local foi um sítio reservado aos mortos muito mais tempo do que aquele que julgávamos”, comenta Parker Pearson, que liderou, com a National Geographic, o chamado Stonehenge Riverside Archeological Project.

Contudo, as "celebridades" encontradas neste "cemitério" correspondem a uma única família pertencente à elite da época e seus descendentes, naquilo que poderia constituir uma autêntica linha dinástica, segundo a opinião de Andrew Chamberlain, colega de Parker Pearson na Universidade de Sheffield e perito em demografia da antiguidade. Um dos indícios que Chamberlain aponta é o contraste entre o pequeno número de enterramentos das primeiras fases da jazida e o aumento considerável dos mesmos nos séculos seguintes, o que significaria um natural aumento da descendência. Outro dos elementos que sustentam esta teoria é o carácter monumental da jazida. Nas palavras de Parker Parson “é muito difícil pensar que as pessoas comuns fossem enterradas em Stonehenge. Pelo contrário, tudo aponta para a existência de uma elite. Assim, os chefes de uma tribo do Neolítico não só seriam os responsáveis por erigir o monumento como teriam inclusivamente sido enterrados ali”.

Um belo lugar para descansar. Por que depois da morte, mesmo assim, no fim, nos colocam nestes lugares de grande e inspirada beleza, como o Cemitério do Père Lachaise ou, o recentemente descoberto cemitério, o monumento Stonehenge? Por que o ser humano, no seu fim, precisa descansar em paz e beleza? Digo nós, imaginando-nos reis ou grandes celebridades da cultura mundial. O resto de nós, mortais, nos contentamos com um lugarzinho espremido no cemitério do Caju se tiver espaço, ou, então, não morrer, levando em conta a falta de sepulturas aqui no algarve português.

Para Ler sobre "Arte, História, Turismo e Lazer Nos Cemitérios Da Cidade de São Paulo".
Para Ler Mais sobre Novas Descobertas no Stonehenge em Ciência Hoje.

Foto: Grant Faint

1 comentários:

Anônimo,  16 de janeiro de 2009 às 15:19  

[...] Cemitério como local para apreciar arte, escultura e arquitetura, em MundAfora [...]

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