"there is a lighthouse five hundred yards down"
Não sei quando me apaixonei por faróis. O mais provável tenha sido que a paixão dum "outro" tenha contaminado a mim. E eu até já perguntei a este "outro" qual o motivo, mas ele não sabia, e eu fiquei a imaginar o meu motivo apenas. Talvez pela idéia de guia, não apenas da navegação, mas aquele que, indica os perigos e acidentes num percurso turbulento que é o mar e nos conduz com segurança até o objectivo. Seja por esta idéia, ou apenas pela beleza arquitectónica, esta semana este blog vai fazer um guia para quem quer conhecer os faróis do algarve português.
Começamos pela ponta mais distante do Sotavento, já na divisa com a Espanha, o Farol de Vila Real de Santo António não fica precisamente à beira-mar. Antes, é separado de seu amigo íntimo por uma mata de pinheiros que o rodeia. Ali, numa rua, passaria por uma grande vivenda, com seu cão de guarda a porta, se não fosse a grande torre, só isso denuncia este farol de bela arquitectura. E ali, junto aos pinheiros, perto do rio Guadiana, ilumina mesmo a distância a praia, de vastos areais e mar aparentemente calmo, de Santo António.
Vila Real de Santo António foi fundada em 1774, por ordem do Marquês de Pombal, a cidade foi construída em menos de dois anos sobre o areal junto à foz do Guadiana. O objectivo era o de controlar o comércio neste importante ponto de fronteira e desenvolver as pescas, que mais tarde fariam surgir a industria conserveira. Hoje é uma cidade virada para o comércio e turismo, tendo o privilégio de se encontrar na foz do Guadiana (que a limita a nascente), junto à praia (limite sul), ao pinhal (a poente) e à Reserva Natural do Sapal (a norte).
Depois de conhecer o farol, sugiro três passeios para completar o dia. O primeiro é uma volta pela Zona Histórica Pombalina. O traçado geométrico do urbanismo pombalino que fez nascer a cidade, constitui, hoje, a sua principal área comercial. As ruas confluem para a Praça Marquês de Pombal, com um obelisco central e quatro torreões pombalinos a marcar-lhe os vértices, onde se encontram os edifícios da Câmara Municipal e da Igreja Matriz. Outra dica é conhecer a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação, construída no séc. XVIII, que tem um bom conjunto de imagens do séc. XVIII, com destaque para Nossa Senhora da Encarnação, da autoria do escultor Machado de Castro. Os vitrais da capela-mor e do baptistério, instalados na década de 40, são da autoria do pintor algarvio Joaquim Rebocho. Para aproveitar o dia, a apenas 3 Km de Vila Real, visite a antiga vila de pescadores de Monte Gordo, situada entre um vasto pinhal e o mar foi pioneira na exploração turística no Algarve, com a construção de um dos primeiros hotéis da região nos anos 60. Com uma extensa e bela praia, um clima ameno e várias zonas pedonais, em calçada portuguesa, Monte Gordo é um dos principais destinos turísticos do Algarve.
Durante os dias 13 e 22 de Junho, aproveite na cidade o II Memorial Gastronómico de Vila Real de Santo António que estará em catorze restaurantes do centro. O evento consiste na recuperação e valorização da gastronomia típica local, apostando na diferenciação e valorização da gastronomia como componente atractiva da oferta económica da cidade.
Para saber mais sobre o Farol de Vila Real de Santo António e onde fica: Faróis Visto Por Fora
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