quinta-feira, 30 de agosto de 2007

uma nova língua portuguesa

language

A língua portuguesa vai mudar, pelo menos no que diz respeito a ortografia. Contudo, a primeira reforma ortográfica do século 21 divide opiniões de quem depende da língua portuguesa para viver. Para uns, é pertinente à medida que reduz excessos e unifica a língua. Para outros, desnecessária.

A língua portuguesa é falada por cerca de 220 milhões de pessoas no mundo, o que coloca o idioma na quinta posição entre os mais falados do planeta. Entretanto, o português é o único idioma ocidental a adotar duas grafias oficiais: a brasileira e a portuguesa. Com o objetivo de facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países e a divulgação mais ampla do idioma e da literatura em língua portuguesa foi criado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que busca unificar o registro escrito nos oito países que falam o idioma - Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

A implementação do acordo, adiada diversas vezes desde 1994, poderá ocorrer a partir de Janeiro de 2008 nos três países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) que já ratificaram o protocolo: Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Apesar de já poder vigorar, os países lusófonos ainda não decidiram quando a reforma ortográfica deve ser implementada nem o prazo de adaptação a ela. Segundo Carlos Alberto Xavier, assessor do ministro da Educação, Fernando Haddad, o MEC precisa de uma definição quanto a data até o fim de 2007, quando será lançado o edital de compra de livros escolares para 2009. A ideia seria que, daqui a dois anos, os alunos da rede pública brasileira já estudassem com um material adaptado e que as novas regras já fossem incorporadas no mercado editorial.

No entanto, o projeto tem tido duras críticas, primeiro, pela falta de debate que o acordo teve nos meios científicos. Segundo, pelo prejuízo que as editoras teriam, já que os livros teriam que sofrer revisões, serem reeditados. Outro empecilho a decisão de implantação é Portugal, pátria-mãe da língua em questão que ainda não ratificou o acordo.

As modificações propostas afetam mais os portugueses que os brasileiros. Com a reforma, 1,5% dos dicionários de lá serão modificados, assim como o dos demais países que seguem o vocabulário lusitano. No Brasil esse percentual cai para 0,5%. Em um artigo publicado em maio no Jornal de Letras, de Portugal, a ministra da Cultura daquele país, Isabel Pires de Lima, mostrou-se favorável ao acordo. No entanto, ela sinalizou para a adoção do acordo somente daqui a dez anos, prazo considerado inviável para o governo brasileiro. Segundo Isabel, esse seria o tempo necessário para as editoras se adaptarem à reforma.

As mudanças
HÍFEN
Não se usará mais quando:
• o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em “antirreligioso”, “antissemita”, “contrarregra”, “infrassom”. Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r-, ou seja, “hiper-”, “inter-” e “super-”, como em “hiper-requintado”, “inter-resistente” e “super-revista”
• o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal diferente. Exemplos: “extraescolar”, “aeroespacial”, “autoestrada”

TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
• “pára” (flexão do verbo parar) de “para” (preposição)
• “péla” (flexão do verbo pelar) de “pela” (combinação da preposição com o artigo)
• “pólo” (substantivo) de “polo” (combinação antiga e popular de “por” e “lo”)
• “pélo” (flexão do verbo pelar), “pêlo” (substantivo) e “pelo” (combinação da preposição com o artigo)
• “pêra” (substantivo - fruta), “péra” (substantivo arcaico - pedra) e “pera” (preposição arcaica)

ALFABETO
Terá 26 letras, ao incorporar “k”, “w” e “y”

ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
• nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver” e seus derivados. A grafia correta será “creem”, “deem”, “leem” e “veem”
• em palavras terminadas em hiato “oo”, como “enjôo” ou “vôo”, que se tornam “enjoo” e “voo”

ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
• nos ditongos abertos “ei” e “oi” de palavras paroxítonas, como “assembléia”, “idéia”, “jibóia”
• nas palavras paroxítonas, com “i” e “u” tônicos, quando precedidos de ditongo. Ex: “feiúra” e “baiúca” serão grafadas “feiura” e “baiuca”
• nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”. Com isso, algumas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

GRAFIA
No português lusitano:
• desaparecerão o “c” e o “p” de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como “acção”, “acto”, “adopção”, “óptimo”, que se tornam “ação”, “ato”, “adoção” e “ótimo”
• será eliminado o “h” de palavras como “herva” e “húmido”, que serão grafadas como no Brasil – ”erva” e “úmido”

Fontes: Jornal O Povo e ComuniWEB

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