adiamento da reforma ortográfica em portugal
O governo de Portugal deve mesmo pedir aos outros sete países de língua portuguesa que a reforma ortográfica, que pretende unificar a escrita do português, seja adiada em dez anos conforme já anunciado neste blog. A decisão foi divulgada pela ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, durante uma sessão de perguntas e respostas no Parlamento, na semana passada.
Segundo Maria do Céu Novais, assessora de imprensa da ministra, "este foi o período considerado mais adequado pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. A proposta de moratória deverá ser apresentada aos outros países no momento certo".
O acordo vinha sendo atacado por setores ligados ao mercado editorial português, que não quer mudar seus arquivos. Além disso, a proposta de adotar a reforma ortográfica no ano seguinte à assinatura do acordo contraria a lei portuguesa que prevê que os livros escolares durem quatro anos.
Com a aprovação do tratado por parte de São Tomé e Príncipe, o número de países que vão adotar as modificações chegou a três - os outros são Brasil e Cabo Verde -, o que garante a sua validade.
Como o tratado prevê que, antes da entrada em vigor da reforma, é preciso que se chegue a uma ortografia comum para as palavras nos países participantes, um cronograma mais apressado pode fazer com que aqueles que ainda não assinaram o tratado fiquem de fora.
Assinado em 1990 com o objetivo de passar a vigorar em 1994, o acordo ortográfico teve um protocolo que o modificou em 1998 - que prevê que bastam três países para que ele entre em vigor, e não os sete iniciais (Timor Leste ainda era controlado pela Indonésia).
O tratado deverá modificar 0,48% das palavras atualmente usadas no português do Brasil e 1,42% das que são utilizadas em Portugal.
Para saber mais leia:
uma nova língua portuguesa
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