impressões sobre uma lisboa não esquecida
Lisboa, tão grande (a maior cidade de Portugal), tão pequena (se comparada com Rio e São Paulo) e tão mágica. Para esquecer ou lembrar, impressões sobre uma das visitas a esta cidade.
Viagens tem sempre uma finalidade e, se para esquecer, lembrar, passear, visitar, conhecer, correr, trabalhar, passear, seja o que for, vai depender deste objectivo e do humor para termos uma percepção do lugar em que estamos. Fui a Lisboa várias vezes, sempre com um propósito, sempre como visitante, em cada uma delas tive uma percepção. Numa delas o propósito era esquecer, e Lisboa me pareceu às vezes colorida, quando eu queria era colorir a vida cinza.
Talvez este foi o momento em que melhor conheci Lisboa andando pelas suas ruelas em calma. As visitas não passaram por shoppings ou embaixadas, só ruas, metro, e calçadas em busca de algo que eu pudesse levar duma viagem que até aquele momento tinha sido triste. Metia-me num eléctrico sem destino à saída, mas ao ver algo que me agradava saía. Não conheci nada que tivesse que pagar para entrar, porque estava sem um tostão e tinha outros planos a fazer. Assim, sem guia, sem dinheiro, fui descobrindo a minha Lisboa. Dos cafés baratos, das ruas e transportes públicos, das igrejas abertas, dos morros, dos monumentos por fora e, apesar de tantas outras visitas, esta é ainda aquela que guardo melhor na memória. Aquela que para esquecer, pôs na memória a cidade como ela é, Lisboa.
E, depois, só, meto-me num comboio, para passar bem devagar, para visitar uma amiga em Paris. Sinceramente, porque eu não me esqueço duma viagem que era para esquecer. Eu já nem me lembro mais de quê. Lembro-me é das cidades e dos bons encontros que ela me proporcionou.
Fotos: Dulce Nascimento
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