um mix de sons familiares
Depois de Cesária Évora, nasce mais uma estrela das ilhas: Mayra Andrade, que carrega o som do mundo.
Tem músicas que invocam a saudade. Quando ouvi pela primeira Mayra Andrade, a sua música e sua voz me lembrou o Brasil. E Mayra Andrade em cima do palco até me pareceu brasileira, mas não o é, é antes cabo-verdiana, e sua música sofre estas influências que nos soa familiar nas harmonias populares latinas e africanas. O mix é fruto da localização das ilhas que ficam tão próximas ao continente africano, mas sofreu as influências europeias também.
Regasu, uma das músicas mais bonitas que escutei em anos (no vídeo), lembrou-me de leve o chorinho carioca, talvez porque a morna, ritmo cabo-verdiano (assim como o tango, é o ritmo argentino, ou o fado é o português) sofre, como o choro, influências da polka europeia e do lundum africano.
Sobre Mayra, ela é essencialmente uma cantora que viveu o mundo. Vive em Paris desde 2003, nasceu em Cuba, cresceu entre Senegal, Angola, Alemanha, tem amigas brasileiras. Estes ingredientes somados ao jazz, afro, e brasileiros e a uma banda multicultural dão outros reflexos à sua música que vêm do arquipélago.
O seu único álbum “Navega”, considerado pela crítica um dos melhores de 2006, é um barco carregado de saudade, daquela melancólica saudade de língua portuguesa. Vale a pena ouvir o "disco" todo.
1 comentários:
Oi Dulce, aproveito este comentário para agradecer a tua visita no meu blog e o teu elogio, vale como incentivo porém, os teus blogs é que são maravilhosos. Eu sempre gostei de escrever mas as minhas experiências com blogs são recentes. Moro em Richfield Springs, região central do estado de Nova York. Postarei em breve uma matéria especial sobre minha região. Agora, fala sério, que delicia a voz desta menina Mayra Andrade, vejo que tenho muito que ler e que aprender por aqui. Parabéns pelo trabalho!
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